28 outubro 2008

pichação na bienal de são paulo

http://mais.uol.com.br/view/255329981421609581/metropolis--pichacao-na-bienal-de-sao-paulo-04023560E4A12326?types=A&/

uma outra cegueira


Li o livro de José Saramago, Ensaio sobre a cegueira, e vi o filme de Fernando Meirelles, Blindness. Apesar de, como quase sempre, o livro ser insuperável, gostei muito do filme, achei bastante sensível e respeitoso com a história original. Convence e me fez relembrar sentimentos que eu tive com o livro, fascinante. Em momento algum a história de Saramago me fez pensar mal de qualquer cego. Aliás, em momento algum eu pensei em cegos. Eu pensei em mim e nas pessoas, principalmente as que "enxergam".

Estou escrevendo isso porque a NFB (National Federation of the Blind), uma associação americana de cegos, não apenas desaprovou o filme como organizou protestos, afirmando que o filme os retrata como pessoas incapazes, más e pouco higiênicas.

Acredito que nenhum deles tenha, de fato, entrado em contato com a história. Porque é uma estupidez sem tamanho que se conclua tudo isso de uma história surreal, onde quase todos ficam cegos, um por um, de repente... uma epidemia de cegueira branca. Saramago ainda teve o cuidado de diferenciar a cegueira. Porque é óbvio que não se trata de cegos. Não se trata da falta de visão.

E se fosse o caso, qualquer situação em que se jogassem pessoas que acabaram de perder a visão em um ambiente já sujo e velho, abandonado, cujas torneiras não funcionam, aonde a única pessoa que vê corre riscos e não pode ajudar a todos ao mesmo tempo, e aonde TODOS, trabalhadores, ricos, pobres, ladrões (armados), são confinados lutando por comida.... qualquer ambiente desses seria bastante próximo do que "Ensaio" mostra.

Que fossem surdos, mudos, paraplégicos. Não é sobre uma parcela da população que perdeu um de seus sentidos. É sobre um mundo inteiro que perdeu o seu sentido, bem antes de deixar de ver.

E é triste ver pessoas tão revoltadas com uma obra tão intensa e honesta. Sem trocadilhos, o que elas estão vendo é a superfície. Mas, pode ser que tenham até razão, se o livro estiver certo. Se formos todos cegos (com metáfora) a ponto de compreender tão mal a sensibilidade da crítica de um outro ser, então é possível que eles percam oportunidades de emprego e sofram preconceito. Mas, fico feliz em saber que Meirelles vê e quer que outros vejam também.


recomendo o livro primeiro, o filme depois.

25 outubro 2008

reavivando...

enquanto a gente decide o que fazer de fato com o blog, uma notícia interessante e que realiza sádicas frustrações infantis de algumas pessoas.... ou não tão sádicas, apenas vingativas (!).





10 de outubro a 08 de novembro, galeria Aquarium, Londres

na exposição Splatter , o artista plástico britânico James Cauty torna realidade algumas das cenas que povoaram a imaginação de muitos.... 'e se o coiote pegasse o papaléguas?!'


"É incrivelmente sanguinário. As conseqüências reais da violência nos desenhos animados são reveladas. Eles massacram uns aos outros", disse o artista plástico britânico James Cauty.
O artista diz que a idéia para a mostra partiu de seu filho, Harry, de 15 anos de idade.


fonte das imagens e citações: BBCBrasil