24 abril 2009

Anaïs Nin - Uma espiã na casa do amor


"Sempre que se sentisse perdida nos infinitos desertos da insônia, ela iria dedicar-se de novo ao filamento labiríntico de sua vida, desde o princípio, para ver se poderia descobrir em que momento os caminhos se haviam tornado confusos".

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Não gosto de fazer 'críticas' de nada artístico. Acho que cada um tem uma experiência própria e quase nunca consigo passar aos outros a minha, mas aqui vou criticar a crítica. Não se julga um livro pela contra-capa:

"Um romance sobre os limites das descobertas sexuais".

Sabina era casada, mas vivia viajando, sob o falso(?) pretexto de ser atriz, e conhecendo outros homens. Sendo cada homem diferente, o sexo era diferente. As descobertas sexuais meio que terminam por aí. Sim, eu tenho em mente que tudo se passava na década de 50, mas o erotismo não é o ponto alto do livro. O que mais encanta são as descobertas psicológicas, o desenrolar de cada história e as conclusões a que ela chega através de todo o enredo, de cada novo encontro, os paradoxos culpa/liberdade, amor/sexo, medo/segurança, as mil personalidades... parece ser uma simplificação dizer que é um romance sobre limites de descobertas sexuais. Mas, também, dizer muito mais do que isso é entregar o ouro. Então, eu paro por aqui. Recomendo o livro. Muitas passagens se encaixam perfeitamente para espiãs e 'moradoras'.