Baixo-Falantes, 1971.
Amélia Toledo
Cones de fiberglass, feltro e borracha preta revestidos com aço inox, recortes de revista e jornais.
Roberto Conduru, diretor do instituto de artes da uerj fala sobre esse dia:
No dia 12 de agosto, é comemorado o Dia Nacional das Artes. Num país que cuida tão mal do seu patrimônio artístico e que tem políticas de fomento que carecem de aperfeiçoamento visando à efetiva democratização, segundo especialistas, nada melhor do que se pensar um dia para tal comemoração.
Ao longo do tempo, definir o que vem a ser Arte sempre foi uma tarefa difícil e, até certo ponto, polêmica. Pinturas, músicas, esculturas, filmes, peças teatrais, danças e muitas outras atividades podem ser consideradas produções artísticas. Para o professor Roberto Conduru, do Instituto de Artes (ART) da UERJ e pesquisador do Núcleo de Livres Estudos em Arte e Cultura Contemporânea (Nuclear) - grupo que se dedica a diversos assuntos e têm, como ponto em comum, o entendimento de que tanto as obras de arte quanto as suas interpretações são contemporâneas. “Arte é o que é considerado como Arte por diferentes grupos sociais. Apesar de mudarem ao longo do tempo e do espaço, os conceitos e valores relativos a isso, algumas obras e realizações persistem sendo convencionadas enquanto arte, seja devido à força das instituições que promovem tais valores, seja uma decorrência de reconhecimentos coletivos, que se ampliam para além de seus contextos originais, em direção ao universal”.
Quanto à relação entre arte e cultura na contemporaneidade, Conduru afirma que ela é problemática. Para ele, se por um lado grande parte dos artistas intervêm no sistema cultural vigente pretendendo subverter os valores instituídos, por outro, o sistema de arte tende a querer acomodar as ações inovadoras às lógicas institucionais. “Situações de concordância entre ações artísticas e cultura instituída tendem a ser consideradas conservadoras” - explica.
