09 abril 2008

Antonio Parreiras na Caixa Cultural

Iracema (1909)

Dia 27 de março saiu uma crítica de Sylvio fraga Neto (Segundo Caderno, O Globo) sobre a exposição "A história de um pintor contada por ele mesmo", na Caixa Cultural, e eu acho que vale a pena mencionar aqui.
Sylvio argumenta que a exposição não faz jus à importância do pintor, tendo selecionado60 obras que, segundo ele, são as menos relevantes dentre as mais de 700 produzidas pelo artista.
Bom, particularmente, só agora, no quinto período, ouvi falar de Antonio Parreiras (1860-1937), em História da Arte do Brasil II. E como diria Mariah, senhoras e senhores, vejam que impressionante, nesse texto consta a frase: “Parreiras representa muito mais para o Brasil do que Monet para a França”. Aahn?!
É, ele foi um artista de enorme importância nos séculos XIX e XX, mas com todos os problemas que temos no Brasil, conhecer a cultura do país é privilégio de pouquíssimos.
Mas, o ponto principal que ele defende é interessantíssimo: existe um Museu Antonio Parreiras, em Niterói! Com um acervo imenso! Qual o motivo de transportar as obras que estão logo ali, com todo o custo que isso requer? Parece que o museu está em péssimas condições, mas retirar as obras de lá para expor em outro lugar é quase transformá-lo em um depósito, não?

A exposição vai até 27 de abril (unidade Barroso).
E o endereço do MAP é:
Rua Tiradentes, 47 - Ingá
Visitação: Terça-feira à Sexta-feira das 11h às 17h; Sábados,
Domingos e Feriados das 14h às 17h. As visitas são guiadas.
Tel.: (21) 2719-8728 e 2299.9578

5 comentários:

  1. Parabéns pelo comentário. Acho de grande importância alguém divulgar a cultura do nosso país que nada conhecemos. Esse é um blog de artes cujas pessoas responsáveis sabem 1000% mais de arte do que qualquer cidadão comum,haja vista esse fato,mesmo assim não conhecia o Antonio Parreiras, é impossível que a população conheça. E nessa terra onde o único caderno do jornal que é lido é o dos esportes, fica difícil levar as mensagens. Como o blog e outros meios eletrônicos tão facilmente acessíveis na internet somente com palavras chaves, fica mais simples pessoas lerem e se interessarem pelo artista.

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  2. Oi Carol, muito obrigado por postar sobre meu artigo! Pois é, a história da arte brasileira é uma mulher quase virgem, há muita coisa para estudar, muitas obras de grandes artistas esquecidos para se levantar. Seu curso da UERJ é de história da arte? Acho que parte do problema que você menciona sobre o acesso da população à arte brasileira se deve ao fato de que não tem gente estudando nossa arte (pintura, no caso) com profundidade -- só alguns corajosos mohicanos. (Pelo menos a pintura do século XIX e até meados do século XX) São tantas teses de mestrado e doutorado sobre, por exemplo, Gustav Klimt ou o próprio Monet, quando 1) eles não têm acesso a esas obras a não ser por imagens ruins no computador e 2) existe uma legião de grandes artistas brasileiros sem levantamento da obra, sem um estudo fudamental sobre sua produção. Esses estudiosos poderiam estar abrindo caminho na história da arte brasileira, que é riquíssima, e preferem repetir o que se escreve há muito tempo no exterior ou abordar temas sobre nossa arte que não podem deixar de ser superficiais pois sem conhecer bem a produção de nossos artistas não há como ter um debate profundo.

    Por acaso o Antônio Parreiras tem um livro de vida e obra excelente, escrito pelo grande crítico e historiador Carlos Roberto Maciel Levy. Mas falta muito. No momento estou estudando a obra do Antônio Garcia Bento (1897-1929), que foi um grande pintor marinhista, mas que está esquecido e sem o devido reconhecimento. Enfim, eu teria o maior prazer de continuar esse debate com você e seus colegas.

    Um abraço,
    Sylvio Fraga Neto

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  3. Muito pertinente a publicação do arquivo e também os comentários sobre. Vale a pena saber também que o Sylvio Fraga Neto, amante de golfe, estudante de Economia da PUC e filho do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, assumirá, no dia 19 de junho, às 11 horas, a direção do Museu Antonio Parreiras.
    Abraços!

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